São Paulo é a 1ª cidade apoiada na compra de ônibus elétricos por meio da linha de financiamento Finame Direto do BNDES.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou nesta quinta-feira (19/10) um financiamento de R$ 2,5 bilhões para a cidade de São Paulo adquirir entre 1 mil e 1,3 mil ônibus elétricos. O investimento marca um avanço na transição para a mobilidade sustentável, uma vez que representa a substituição de aproximadamente 10% da frota de ônibus movidos a combustíveis fósseis, que é atualmente de cerca de 13 mil veículos.
A iniciativa é do BNDES Finame Direto, que é tradicionalmente utilizado para financiar máquinas e equipamentos de fabricação nacional. A implantação dos novos ônibus elétricos é planejada para ocorrer até 2024 e deve resultar em uma redução significativa das emissões de CO2, estimada em aproximadamente 63 mil toneladas de CO2 equivalente por ano. Além dos benefícios ambientais, essa operação também tem como objetivo estimular a produção de ônibus elétricos no Brasil.
A cidade de São Paulo é a primeira entidade do setor público a receber financiamento pelo BNDES Finame Direto para aquisição de ônibus elétricos. Essa mudança foi formalizada em junho de 2023 e se alinha com o objetivo de descarbonizar as cidades brasileiras e promover a adoção de ônibus elétricos movidos a bateria, ao mesmo tempo em que fortalece a indústria local.
O projeto representa um investimento total de R$ 8 bilhões, visando à compra de aproximadamente 2,6 mil veículos e à renovação de cerca de 20% da frota de ônibus da cidade até o ano de 2024. Desse montante, R$ 6 bilhões serão provenientes dos recursos da prefeitura, enquanto os restantes R$ 2 bilhões serão aportados pelas concessionárias que atualmente operam o sistema de transporte público por ônibus na cidade. O financiamento da parcela atribuída à administração municipal será assegurado por instituições como o Banco Interamericano de Desenvolvimento, Banco Mundial, Banco do Brasil, Caixa e o BNDES.
O investimento na aquisição dos ônibus elétricos representa um custo significativamente maior do que a compra dos ônibus movidos a diesel, sendo aproximadamente 3,5 vezes superior. Portanto, a prefeitura de São Paulo está incentivando a transição, cobrindo parte desse investimento por meio de reequilíbrios econômico-financeiros nos contratos de concessão. A prefeitura arcará com a diferença de custos entre os ônibus elétricos e os movidos a diesel, uma quantia que será financiada pelo BNDES. Mas os benefícios econômicos previstos com a eletrificação devem levar a menor necessidade de subsídios a longo prazo, uma vez que os custos mensais de operação e manutenção dos ônibus elétricos são significativamente inferiores.
São Paulo é uma das maiores cidades do mundo em termos de transporte público por ônibus, com uma média de 7,3 milhões de passageiros transportados por dia útil, mais de 13 mil veículos e 1.347 linhas. O município tem metas ambiciosas de descarbonização, com o objetivo de reduzir as emissões de CO2 em 100% até 2038, conforme estabelecido por lei municipal.