Estudo do ICCT Brasil comparou veículos elétricos com modelos flex e aponta a importância da mobilidade sustentável para que País alcance metas assumidas em acordos internacionais de proteção ao meio ambiente e clima.
Veículos elétricos podem ser aliados no controle da emissão de gases de efeito estufa (GEE) segundo levantamento do The International Council on Clean Transportation (ICCT) Brasil. Considerando as três principais categorias de veículos leves comercializados no País – compactos, médios e SUVs compactos – os resultados destacaram que veículos elétricos demonstram uma redução de 65% a 67% nas emissões de GEE em comparação com veículos flex, maioria da frota, especialmente quando se leva em conta o atual mix de etanol e gasolina.
O estudo, intitulado “Comparação das emissões de gases de efeito estufa no ciclo de vida de carros de passeio a combustão e elétricos no Brasil”, avaliou as emissões de GEE de veículos de diferentes categorias e tecnologias – veículos flex, híbridos, híbridos plug-in e elétricos – e revelou conclusões significativas sobre o impacto ambiental dos veículos no Brasil. Divulgado no último dia 10 de outubro, o relatório indica também que os veículos híbridos elétricos têm emissões de gases de efeito estufa em seu ciclo de vida 14% mais baixas que as dos veículos a combustão interna quando consomem a mesma proporção de gasolina C e etanol.
Estudo aponta necessidade de metas para transição a veículos elétricos
Para cumprir as metas do governo brasileiro de reduzir as emissões de GEE à metade até 2030 e alcançar a neutralidade climática até 2050, o setor de transportes deve avançar em direção a emissões zero. Por isso, a pesquisa oferece recomendações para políticas públicas, incluindo a definição de metas corporativas para a transição a veículos elétricos, incentivos para o uso de etanol em veículos flex e a inclusão de emissões indiretas do uso da terra (ILUC), no caso do etanol à base de cana-de-açúcar, no programa RenovaBio.
A pesquisa enfatiza que a adoção de veículos elétricos e a produção de hidrogênio verde no setor de transportes são estratégias eficazes para reduzir as emissões de GEE e alinhar o Brasil com suas metas climáticas governamentais. O estudo do ICCT Brasil fornece recomendações também para a anunciada atualização do programa Rota 2030 – programa do governo federal cujo objetivo é elaborar uma política industrial de longo prazo para o setor automotivo e de autopeças, estimulando o investimento e o fortalecimento das empresas brasileiras do setor.
Novo Rota 2030 deve contemplar soluções de descarbonização
A proposta é que a reformulação do Rota 2030 contemple a eficiência no setor automotivo e soluções de descarbonização, incluindo a consideração das emissões e do consumo de combustíveis no cálculo da eficiência. Especialistas destacam a importância de considerar a média de participação de mercado de etanol e gasolina para uma avaliação precisa do consumo de combustível e das emissões relacionadas.
Além disso, o estudo enfatiza a necessidade de incentivos para a produção e comercialização de veículos elétricos no Brasil, bem como um maior estímulo ao abastecimento da frota existente com etanol. Essas medidas aproximariam o país de seus objetivos de descarbonização, reduzindo sua dependência de combustíveis fósseis.
Confira o estudo por meio do link: https://lnkd.in/dtrkR3ck