A imagem de uma chaminé poluindo o ar faz parte da memória coletiva, onde a poluição do ar era visível e tinha nas chaminés industriais seu grande vilão, até hoje Cubatão é lembrada por conta das indústrias ali instaladas e da alta concentração de poluentes. Entretanto, o controle da emissão das chamadas fontes fixas avançou muito, com tecnologia e sistemas de licenciamento ambiental, que conseguiram mitigar as emissões dessas fontes. Interessante notar também que pela conjunção de diversos fatores as grandes cidades repeliram as indústrias, especialmente das regiões centrais. Então, por que as cidades ainda são tão poluídas? O setor de transportes, por meio do escapamento dos carros, é atualmente a maior — mas não a única — fonte de poluição nas grandes cidades, porém a fumaça já não é tão visível. Os carros se tornaram protagonistas na paisagem urbana, fruto de cidades espraiadas com regiões centrais que concentram ofertas de emprego, estudo e lazer; e grandes áreas periféricas predominantemente residenciais. Ademais, há um déficit de oferta de transporte público de qualidade e de incentivo aos transportes ativos que estimule a transferência modal do carro para meios menos poluentes.
É notório o desequilíbrio do espaço público para o transporte sustentável: poucas faixas dedicadas a uso exclusivo para ônibus, calçadas estreitas, inexistência de ciclovias na maior parte das ruas e falta de campanhas para redução de velocidades e proibição do estacionamento nas vias. Nos últimos anos observou-se um crescimento do uso de aplicativos de compartilhamento de carro, entretanto, a maioria de suas viagens é feita por um único passageiro, e o sistema permanece alicerçado na lógica pouco sustentável no uso de carro —pode haver uma otimização do uso, mas ainda se fica preso ao mesmo modal.
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