O Brasil superou a Bélgica e se tornou o principal destino de exportação de carros elétricos e híbridos plug-in fabricados na China, conforme dados recentes do setor. Este avanço significativo ocorre em um momento em que as montadoras chinesas estão diversificando suas vendas para mercados fora da Europa, em resposta à investigação de subsídios pela União Europeia sobre veículos elétricos chineses.
De acordo com a Associação Chinesa de Carros de Passageiros (CPCA), as exportações de carros elétricos e híbridos plug-in para o Brasil aumentaram 13 vezes em comparação ao ano anterior, atingindo 40.163 unidades em abril. Em janeiro, o Brasil ocupava a décima posição nesse ranking, mas rapidamente ascendeu ao topo.
A resposta das montadoras chinesas a essa mudança de mercado tem sido rápida e estratégica. A BYD, por exemplo, está em processo de construção de um complexo de fabricação no Brasil, com planos de iniciar a produção local até o final do ano ou no início de 2025. Da mesma forma, a GWM anunciou que sua planta no Brasil começará a operar no segundo semestre de 2024. Outras montadoras chinesas também estão de olho no crescente mercado brasileiro.
Além de liderar as exportações de carros elétricos e híbridos plug-in, o Brasil também se destacou como o segundo maior destino de exportação de automóveis chineses de todos os tipos, ficando atrás apenas da Rússia. Este crescimento reflete uma demanda crescente por veículos de nova energia no Brasil, impulsionada pela expansão estratégica das montadoras chinesas.
Os dados da CPCA mostram uma diminuição significativa nas importações de veículos elétricos chineses por países europeus como Espanha, França, Países Baixos e Noruega entre janeiro e abril. A investigação de subsídios pela União Europeia tem impactado as exportações para o bloco, levando as montadoras chinesas a buscar ativamente mercados alternativos na América do Sul, Austrália e Sudeste Asiático.
Nos primeiros quatro meses deste ano, as exportações de automóveis chineses para a Rússia aumentaram 23%, totalizando 268.779 veículos. No mesmo período, as exportações para o México e o Brasil aumentaram 27% e 536%, respectivamente, alcançando 148.705 e 106.448 unidades.
A crescente demanda por veículos de nova energia no Brasil, aliada à expansão estratégica das montadoras chinesas, destaca o país como um mercado chave para carros elétricos e híbridos, especialmente em um momento de forte resistência na Europa e nos Estados Unidos. A nova política brasileira de incentivo à produção local de automóveis deve abrir oportunidades significativas para a indústria automotiva nos próximos anos.