Possível aquisição da Sigma Lithium está avaliada em aproximadamente US$ 2,9 bilhões de dólares ( R$ 14 bilhões)
A fabricante chinesa de veículos elétricos BYD está em avançadas negociações para adquirir a Sigma Lithium, maior mineradora de lítio do Brasil, de acordo com informações divulgadas pelo Financial Times. A transação, avaliada em aproximadamente US$ 2,9 bilhões (R$ 14 bilhões), se concretizada, consolidará a presença da BYD na cadeia de suprimentos de lítio, um componente essencial para a fabricação de baterias de veículos elétricos.
A Sigma Lithium possui uma operação de mineração de lítio localizada no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. A companhia, que em 2023 atraiu o interesse da Tesla, busca avaliar propostas para a venda de suas operações, conforme anunciado anteriormente. A BYD, apoiada pela Berkshire Hathaway de Warren Buffett, tem se destacado como a maior fabricante de veículos elétricos do mundo, superando a Tesla.
O possível investimento na Sigma Lithium faz parte da estratégia da BYD para garantir uma fonte estável de matéria-prima para suas baterias. Além disso, a BYD está construindo sua primeira fábrica de carros elétricos no Brasil, em Camaçari, Bahia, com um investimento estimado em R$ 3 bilhões. A aquisição da mineradora reforçaria ainda mais a posição da BYD no mercado brasileiro de veículos elétricos, que inclui planos para produzir carros, caminhões e ônibus, bem como para exportar lítio e ferro fosfato.
A Sigma Lithium, por sua vez, planeja triplicar sua capacidade de produção anual de lítio. A negociação entre a BYD e a Sigma está alinhada com a crescente demanda global por lítio, um metal crucial na produção de baterias, especialmente em meio à transição para veículos elétricos. O Brasil, embora não lidere a produção global de lítio, está entre os principais produtores, ao lado de países como Austrália, Chile, China e Argentina.
A BYD, que também expande sua presença na Europa e na Ásia, sinaliza com essa negociação sua estratégia de conquistar novos mercados e consolidar sua liderança na indústria de veículos elétricos global. O desfecho dessa negociação pode representar um marco para a transição energética no Brasil e fortalecer a posição do país na cadeia global de produção de veículos elétricos.